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Sou psicanalista e dedico minha prática a ajudar pessoas a atravessarem crises, entenderem suas emoções e ressignificarem suas dores. Cada sessão é um encontro único de escuta e cuidado.

Seja a mudança que você quer para sua vida.

A JORNADA DO HERÓI

  • Foto do escritor: CLIO TAROTISTA Ana B. Moreno
    CLIO TAROTISTA Ana B. Moreno
  • 27 de ago. de 2023
  • 7 min de leitura

“Um herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região de prodígios sobrenaturais; ali encontra fabulosas — forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes.”

Joseph Campbell


Podemos perceber que essa estrutura ela casa incrivelmente com o tarô, porque o nosso LOUCO é o herói, e ele desperta do mundo comum, ou se liberta da caverno, como já vimos citado por Platão.

Cada arcano que o Louco passa esta conectado a um dos passos do herói, que são dezessete.



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  1. O chamado da aventura

  2. A recusa do chamado

  3. O auxílio sobrenatural

  4. A passagem pelo primeiro limiar

  5. O ventre da baleia

  6. O caminho de provas

  7. O encontro com a deusa

  8. A mulher como tentação

  9. A sintonia com o pai

  10. A apoteose

  11. A bênção última

  12. A recusa do retorno

  13. A fuga mágica

  14. O resgate com auxílio externo

  15. A passagem pelo limiar do retorno

  16. Senhor de dois mundos

  17. Liberdade para viver




Chamado


“uma terra distante, uma floresta, um reino subterrâneo, a parte inferior das ondas, a parte superior do céu, uma ilha secreta, o topo de uma elevada montanha ou um profundo estado onírico. Mas sempre é um lugar habitado por seres estranhamente fluidos e polimorfos, tormentos inimagináveis, façanhas sobre-humanas e delícias impossíveis.”

Recusa


“Os mitos e contos de fadas de todo o mundo deixam claro que a recusa é essencialmente uma recusa a renunciar àquilo que a pessoa considera interesse próprio.”

Auxilio Sobrenatural


“Essa figura representa o poder benigno e protetor do destino. A fantasia é uma garantia — uma promessa de que a paz do Paraíso, conhecida pela primeira vez no interior do útero materno, não se perderá, de que ela suporta o presente e está no futuro e no passado (é tanto ômega quanto alfa) e de que, embora a onipotência possa parecer ameaçada pela passagem de limiares e pelos despertares da vida, o poder protetor está, para todo o sempre, presente ao santuário do coração, e até imanente aos elementos não familiares do mundo, ou apenas por trás deles.”

Primeiro Limiar


“A aventura é, sempre e em todos os lugares, uma passagem pelo véu que separa o conhecido do desconhecido; as forças que vigiam no limiar são perigosas e lidar com elas envolve riscos; e, no entanto, todos os que tenham competência e coragem verão o perigo desaparecer.”

Ventre da baleia


“A ideia de que a passagem do limiar mágico é uma passagem para uma esfera de renascimento é simbolizada na imagem mundial do útero, ou ventre da baleia. O herói, em lugar de conquistar ou aplacar a força do limiar, é jogado no desconhecido, dando a impressão de que morreu.”

Provas


“A partida original para a terra das provas representou, tão-somente, o início da trilha, longa e verdadeiramente perigosa, das conquistas da iniciação e dos momentos de iluminação. Cumpre agora matar dragões e ultrapassar surpreendentes barreiras — repetidas vezes. Enquanto isso, haverá uma multiplicidade de vitórias preliminares, êxtases que não se podem reter e relances momentâneos da terra das maravilhas.”

Deusa


''A aventura última, quando todas as barreiras e ogros foram vencidos, costuma ser representada como um casamento místico (hierógamos) da alma-herói triunfante com a Rainha/Deusa do Mundo. […] O encontro com a deusa (que está encarnada em toda mulher) é o teste final do talento de que o herói é dotado para obter a bênção do amor (caridade: amor jaú), que é a própria vida, aproveitada como o invólucro da eternidade.”

Tentação


“Em geral nos recusamos a admitir que exista, dentro de nós ou dos nossos amigos, de forma plena, a impulsionadora, autoprotetora, malcheirosa, carnívora e voluptuosa febre que constitui a própria natureza da célula orgânica. Em vez disso, costumamos perfumar, lavar e reinterpretar, imaginando, enquanto isso, que as moscas e todos os cabelos que estão na sopa são erros de alguma desagradável outra pessoa.
Mas quando de súbito percebemos, ou somos obrigados a observar, que tudo quanto pensamos e fazemos é temperado necessariamente pelo odor da carne, então experimentamos, não raro, um momento de repugnância: a vida, os atos da vida, os órgãos da vida, a mulher em particular, como o grande símbolo da vida, tornam-se intoleráveis à incomparavelmente pura alma.”

Pai

“O problema do herói que vai ao encontro do pai consiste em abrir sua alma além do terror, num grau que o torne pronto a compreender de que forma as repugnantes e insanas tragédias desse vasto e implacável cosmo são completamente validadas na majestade do Ser. O herói transcende a vida, com sua mancha negra peculiar e, por um momento, ascende a um vislumbre da fonte. Ele contempla a face do pai e compreende. E, assim, os dois entram em sintonia.”

Apoteose


“Aqueles que sabem, não apenas que o Eterno vive neles, mas que eles mesmos, e todas as coisas, são verdadeiramente o Eterno, habitam os bosques de árvores que atendem aos desejos, bebem o licor da imortalidade e ouvem, em todos os lugares, a música silenciosa da harmonia universal.”

Última benção


“Os deuses e deusas devem ser entendidos, em conseqüência, como encarnações e guardiães do elixir do Ser Imperecível, mas não são, em si mesmos, o Ultimo em seu estado essencial. Assim, o herói busca, por meio do seu intercurso com eles, não propriamente a eles, mas a sua graça, isto é, o poder de sua substância sustentadora. Essa miraculosa energia substância, e só ela, é o Imperecível; os nomes e formas das divindades que, em todos os lugares, a encarnam distribuem e representam, vêm e vão. Essa é a energia miraculosa dos relâmpagos de Zeus, de Jeová e do Supremo Buda, a fertilidade da chuva de Viracocha, a virtude anunciada pelo sino tocado na missa no momento da consagração, assim como a luz da iluminação última do santo e do sábio. Seus guardiães só ousam liberá-la para aqueles que verdadeiramente mostraram ser dignos dela.”

Recusa do retorno


“Terminada a busca do herói, por meio da penetração da fonte, ou por intermédio da graça de alguma personificação masculina ou feminina, humana ou animal, o aventureiro deve ainda retornar com o seu troféu transmutador da vida. O círculo completo, a norma do monomito, requer que o herói inicie agora o trabalho de trazer os símbolos da sabedoria, o Velocino de Ouro, ou a princesa adormecida, de volta ao reino humano, onde a bênção alcançada pode servir à renovação da comunidade, da nação, do planeta ou dos dez mil mundos.
Mas essa responsabilidade tem sido objeto de frequente recusa. Mesmo o Buda, após seu triunfo, duvidou da possibilidade de comunicar a mensagem de sua realização. Além disso, conta-se que houve santos que faleceram quando estavam no êxtase celeste. São igualmente numerosos os heróis que, segundo contam as fábulas, fixaram residência eterna na bendita ilha da sempre jovem Deusa do Ser Imortal.”

Fuga magica


“Se o herói obtiver, em seu triunfo, a bênção da deusa ou do deus e for explicitamente encarregado de retornar ao mundo com algum elixir destinado à restauração da sociedade, o estágio final de sua aventura será apoiado por todos os poderes do seu patrono sobrenatural. Por outro lado, se o troféu tiver sido obtido com a oposição do seu guardião, ou se o desejo do herói no sentido de retornar para o mundo não tiver agradado aos deuses ou demônios, o último estágio do ciclo mitológico será uma viva, e com freqüência cômica, perseguição. Essa fuga pode ser complicada por prodígios de obstrução e evasão mágicas.”

Resgate

“O herói pode ser resgatado de sua aventura sobrenatural por meio da assistência externa. Isto é, o mundo tem de ir ao seu encontro e recuperá-lo. Pois a bênção do domicílio profundo não é abandonada com facilidade em favor da auto-dispersão do estado vígil. “Quem, tendo deixado o mundo”, lemos, “desejaria retornar? Quem assim estivesse, lá ficaria.” E, no entanto, enquanto se estiver vivo, a vida chamará. A sociedade, que tem ciúme daqueles que dela se afastam, virá bater à sua porta. Se o herói — tal como Muchukunda — não estiver disposto a retornar, aquele que o perturbar sofrerá um pavoroso choque; mas, por outro lado, se aquele que foi chamado apenas estiver sendo retardado — aprisionado pela beatitude do estado de existência perfeita (que se assemelha à morte) —, é efetuado um evidente resgate, e o aventureiro retorna.”

Passagem pelo limiar do retorno


“Muitos fracassos comprovam as dificuldades presentes nesse limiar que afirma a vida O primeiro problema do herói que retorna consiste em aceitar como real, depois de ter passado por uma experiência da visão de completeza, que traz satisfação à alma, as alegrias e tristezas passageiras, as banalidades e ruidosas obscenidades da vida. Por que voltar a um mundo desses? Por que tentar tornar plausível, ou mesmo interessante, a homens e mulheres consumidos pela paixão, a experiência da bem-aventurança transcendental? Assim como sonhos que se afiguraram importantes à noite podem parecer, à luz do dia, meras tolices, assim também o poeta e o profeta podem descobrir-se bancando os idiotas diante de um júri de sóbrios olhos. O mais fácil é entregar a comunidade inteira ao demônio e partir outra vez para a celeste habitação rochosa, fechar a porta e ali se deixar ficar. Mas se algum obstetra espiritual tiver, nesse entretempo, estendido a shimenawa em torno do refúgio, então o trabalho de representar a eternidade no plano temporal, e de perceber, neste, a eternidade, não pode ser evitado.”

Dois mundos


“A liberdade de ir e vir pela linha que divide os mundos, de passar da perspectiva da aparição no tempo para a perspectiva do profundo causai e vice-versa — que não contamina os princípios de uma com os da outra e, no entanto, permite à mente o conhecimento de uma delas em virtude do conhecimento da outra — é o talento do mestre. O Dançarino Cósmico, declara Nietzsche, não se mantém pesadamente no mesmo lugar; mas, com alegria e leveza, gira e muda de posição. É possível falar apenas de um ponto por vez, mas isso não invalida o que se percebe nos demais.”

Liberdade


“O herói é o patrono das coisas que se estão tornando, e não das coisas que se tornaram, pois ele é. “Antes de Abraão existir, EU SOU.” Ele não confunde a aparente imutabilidade no tempo com a permanência do Ser, nem tem temor do momento seguinte (ou da “outra coisa”), como algo capaz de destruir o permanente com sua mudança. “Nada retém sua própria forma; a Natureza, a maior renovadora, constantemente cria formas de formas. Certamente nada há que pereça em todo o universo; há apenas variação e renovação de forma.” Assim se permite que o momento seguinte venha a ocorrer.”



 
 
 

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